Você sabe qual é a relação entre depreciação acelerada e o parque fabril nacional em 2024?
Neste ano, a partir do sancionamento da Lei 14.781/2024, o Governo Federal instituiu o Programa de Depreciação Acelerada, responsável por fomentar o desenvolvimento nacional e estimular as empresas para a aquisição de novos maquinários.
Tal medida tem ganhado destaque entre as organizações, uma vez que, pelo Programa, as compras de novos equipamentos são realizadas com menor custo até 2025, graças ao cálculo empregado de depreciação. Assim, a economia brasileira será aquecida graças à modernização dos equipamentos e à ampliação da produtividade.
Diante da popularidade da ação governamental, muitos gestores ainda se perguntam sobre o que exatamente é este cálculo de desabono e quando utilizá-lo – questionamentos são essenciais para uma administração financeira eficiente.
Por isso, no blog post de hoje, explicaremos o conceito de depreciação acelerada, quando utilizá-la e os seus benefícios para o caixa e para a competitividade da sua empresa! Siga a leitura e confira!
O que é a depreciação acelerada?
É a prática contábil que permite que a organização distribua o custo dos seus ativos mais rápido do que o faria na depreciação tradicional. Logo, no desabono acelerado o valor do bem é amortizado já nos primeiros anos, enquanto no linear o valor é deduzido gradativamente ao longo de sua vida útil.
Por exemplo, considere que a sua empresa adquiriu uma máquina de R$ 5.000.000, com vida útil estimada de 10 anos. Como será considerado o valor do IRPJ, calculando a depreciação dessa máquina?
- Na depreciação linear, ao ano, seria deduzido do IRPJ 10% do seu valor, o que será feito ao longo de 10 anos, que é o tempo previsto de durabilidade deste equipamento.
- Na depreciação acelerada, segundo o Programa do Governo em 2024, será deduzido do IRPJ 50% do valor da máquina no primeiro ano e 50% no segundo.
Essa aceleração proporciona uma redução significativa do lucro tributável, principalmente no início da vida útil do bem, sendo, dentre os métodos de calcular a depreciação, o acelerado aquele que reduz a carga de Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).
Quando utilizar a depreciação acelerada?
Existem três casos clássicos em que este cálculo contábil é recomendado para as empresas que buscam pela modernização dos seus equipamentos com flexibilização tributária, que são:
- Ativos que perdem o valor rapidamente
Na produção fabril, há máquinas e equipamentos que estão sujeitos a altos níveis de desgaste ou que se tornam obsoletos rapidamente, assim, a sua empresa se beneficia aplicando sobre estes ativos o cálculo de depreciação acelerada.
- Demanda de alta inovação tecnológica
No ramo da tecnologia e nos setores da indústria que demandam de inovações constantes, as compras com depreciação acelerada aplicada protegem o caixa daqueles que precisam atualizar os seus ativos com frequência.
- Múltiplos turnos de operação
Quando os equipamentos se mantêm em operação contínua, como em indústrias que trabalham em dois ou três turnos, é acelerado o desgaste dos ativos, o que justifica o uso da depreciação acelerada.
A partir desses casos, torna-se claro que o emprego da depreciação acelerada é situacional e cabe à sua empresa avaliar com a consultoria contábil o que será melhor em termos de depreciação, amortização e exaustão, já que são práticas que podem beneficiar você e proteger a sustentabilidade financeira do seu negócio.
4 benefícios da depreciação acelerada para o caixa da sua empresa
Este cálculo de depreciação oferece vantagens fiscais e estratégicas importantes para as organizações, sendo as que mais se destacam:
- Redução imediata de impostos
Ao deduzir uma parcela maior do ativo no início de sua vida útil, as empresas reduzem os lucros tributáveis, o que resulta em uma menor carga de IRPJ e CSLL e “desafoga” o orçamento do negócio no momento de gastos com a compra recente.
- Melhoria no fluxo de caixa
Ao reduzir os tributos de forma mais expressiva no início do uso dos ativos, o desabono acelerado proporciona um alívio no fluxo do caixa, o que favorece o pagamento dos débitos e o planejamento de novas aquisições futuras.
- Reinvestimento em ativos
A economia obtida com os impostos, além de preservar a saúde financeira da empresa, pode ser reinvestida em novas tecnologias, o que elevará a produtividade e a modernização da sua organização.
- Estimula a competitividade
A prática fortalece e eficiência operacional das máquinas a longo prazo, uma vez que permite que a empresa mantenha um parque fabril atualizado e em melhores condições de pagamento de tributos para acompanhar o mercado.
Como implementar a depreciação acelerada na sua empresa?
Adotar a depreciação acelerada envolve um processo contábil específico e a observância de normas fiscais que devem ser consideradas caso a caso. Resumidamente, para aplicar o cálculo acelerado os passos são:
- Aquisição de bens – após a compra, deverá ser determinado o valor de aquisição do ativo e a sua vida útil, já que é sobre este período que o cálculo é feito.
- Registro contábil – registre o ativo no balanço patrimonial e em todos os seus lançamentos contábeis, essas apresentações são essenciais para o Fisco.
- Cálculo da depreciação – utilize os coeficientes de depreciação conforme a operação (ex.: 1,5x para dois turnos e 2x para três turnos) da máquina.
- Dedução fiscal – com base na Lei 14.871/2024, realize a dedução fiscal de acordo com os critérios da depreciação acelerada.
Lembre-se de que para assegurar um uso eficiente desse cálculo, é importante que contadores e gestores financeiros acompanhem as atualizações legais e que calculem corretamente os coeficientes para cada ativo da sua empresa.
Se interessa por conteúdos do universo contábil empresarial?
A depreciação acelerada é uma estratégia fiscal poderosa para a sua empresa otimizar a carga tributária e garantir uma gestão de ativos mais eficiente. Se bem aplicada, além das vantagens financeiras, você ampliará a sua competitividade no mercado.
Para mais dicas sobre gestão financeira, legislação e otimização de processos, acompanhe o blog da SISPRO!