Percentual de produto de agricultura familiar em biodiesel pode aumentar

Tarso Veloso
O governo brasileiro estuda aumentar a porcentagem de matéria-prima que os produtores de biodiesel precisam comprar dos agricultores familiares para obter o Selo Combustível Social.

O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) pretende finalizar as discussões em torno do assunto em até 60 dias, após ouvir todos os interessados: produtores, técnicos do governo, revendedores, trabalhadores, agricultores e movimentos sociais.

O selo é concedido pelo ministério aos produtores de biodiesel que compram, de agricultores familiares, uma porcentagem pré-estabelecida do total que varia conforme a região: é de 30% no Nordeste, Sudeste e Sul e de 15% no Norte e Centro-Oeste. Os agricultores familiares estão reivindicando uma elevação desses percentuais, enquanto as empresas produtoras gostariam de diminuí-los. Hoje, no Brasil, apenas 34 empresas têm o selo.

“Ainda existem muitos questionamentos de produtores, cooperativas e governo. Queremos conversar com todos para não sermos criticados mais para frente”, disse o Coordenador Geral de Biocombustíveis e Comercialização do Departamento de Geração de Renda e Agregação de Valor do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Marco Antonio Viana Leite. “Não vamos agradar todo mundo, mas queremos fazer a atualização da melhor forma possível para não sermos questionados no futuro”.

As principais vantagens da certificação são o acesso a descontos nas alíquotas de PIS/PASEP e COFINS, melhores condições de financiamento junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e demais instituições financeiras credenciadas, além de benefícios em leilões de biodiesel.

Os leilões para comercialização de biodiesel reservam 80% do total para ofertar exclusivamente aos produtores que têm o Selo Combustível Social. Os 20% restantes são divididos entre quem não possui o selo, mas os certificados também podem participar. As mudanças podem aumentar a produção de matérias-primas alternativas à soja, sobretudo nas regiões Norte, Nordeste e no Semiárido.

Fonte: Valor Online – 21/7

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